Sobre
A formação técnica dos Agentes Comunitários de Saúde, prevista na Lei n° 10.507/2002, inicia-se como resultado de uma grande mobilização nacional, promovida pela Secretaria da gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde, com o processo de construção do referencial curricular do ACS.  A ESP/CE vem desenvolvendo a formação técnica do Agente Comunitário de Saúde em todos os municípios do Ceará desde 2005, a partir de uma metodologia problematizadora e integrada à mudança das práticas nas comunidades, impactando o desenvolvimento das habilidades para a construção de diálogos com as famílias, dentro da abordagem humanística e de reciprocidade, que favoreçam os comportamentos e valores positivos em relação à melhoria da saúde, compreendida como qualidade de vida.

Competências

  • Integração entre as equipes de saúde e população considerando as finalidades do trabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou coletividades;
  • Realização de atividades de planejamento e avaliação das ações de saúde no âmbito da unidade básica de saúde;
  • Desenvolvimento de ações de promoção social e de proteção e desenvolvimento da cidadania, em âmbito social e da saúde.
  • Promoção da saúde através de ações visando à melhoria da qualidade de vida da população, a gestão social das políticas sociais e públicas de saúde e o exercício do controle da sociedade sobre o setor da saúde.

Prevenção à saúde e monitoramento dirigidas a grupos específicos e a doenças prevalentes, conforme definido no plano de ação da equipe de saúde e nos protocolos de saúde pública.

Objetivos de Aprendizagem

  • Reconhecer a especificidade do trabalho do ACS, identificando as suas atribuições na Estratégia Saúde da Família e sua relevância para efetivação dos princípios e diretrizes do SUS;
  • Identificar os elementos fundamentais da dinâmica comunitária do seu território, em seus aspectos sociais, econômico, cultural, religioso, político, ambiental e suas implicações para os modos e condições de vida das pessoas;
  • Compreender o território como espaço afetivo e de convivência social, o lugar de atuação do ACS;
  • Reconhecer a diversidade de modelos e estilos de vida, situando a família como unidade de cuidado da ESF;
  • Perceber a importância da comunicação na visita domiciliar, valorizando atitudes de respeito e tolerância às diferenças culturais, religiosas, sexuais, étnicas, econômicas e sociais nas relações estabelecidas com as famílias, desenvolvendo uma postura ética na visita domiciliar;
  • Compreender a relação entre os padrões de relacionamentos, vividos nas famílias, e os adoecimentos e as ameaças à vida;
  • Compreender a relação entre os padrões de relacionamentos, vividos nas famílias, e os adoecimentos e as ameaças à vida;
  • Relacionar as ações de promoção da saúde, prevenção e cuidados à saúde como estratégia de visibilidade às violências vivenciadas no território, relacionando-as aos serviços de saúde da Atenção Básica;
  • Reconhecer a necessidade de um pensar/agir em redes para o fortalecimento da cultura de paz e não violência;
  • Compreender a importância da abordagem educativa nas visitas domiciliares de combate à dengue para a promoção da melhoria de modos e condições de vida das famílias;

Reconhecer a ação educativa como processo contínuo para a mudança de comportamentos e os valores que norteiam a relação do ser humano com o ambiente, em processo de mudança, de geração em geração.

Estrutura do Curso

  • Etapa Formativa I: 520 h/aTemática: Contextualização, aproximação e dimensionamento do problema – o perfil social do técnico Agente Comunitário de Saúde e seu o papel no âmbito da equipe multiprofissional da rede básica do SUS.Fase 1

    Introdução ao Curso. Conceito de Saúde, promoção de saúde e prevenção de doenças. Políticas de Saúde e a Estratégia de Saúde da Família. Atribuições do Agente Comunitário de Saúde na Estratégia Saúde da Família. Território. Família. Visita Domiciliar.

    Fase II

    Redes Sociais. Cadastro. Fortalecimento das competências familiares para os cuidados de crianças de 0 a 6 anos. Imunização.

    Fase III

    Sistema de Informação da Atenção Básica – SIAB. Políticas Públicas Sociais e Políticas de Proteção Social. Acompanhamento de portadores de doenças crônicas transmissíveis e não-transmissíveis.

    Fase IV

    As Políticas de Proteção Social e suas condicionalidades. Acompanhamento aos portadores de doenças crônicas transmissíveis e não transmissíveis (hipertensão, diabetes, tuberculose e hanseníase). As práticas culturais e os cuidados com a saúde. Educação e saúde, as concepções de ensino-aprendizagem. A participação social no Sistema Único de Saúde. A comunicação no trabalho educativo em saúde. Trabalho educativo com grupos.

    Etapa Formativa II: 960 h/a

    Temática: Promoção da saúde e prevenção de doenças, dirigidas a indivíduos, grupos específicos e a doenças prevalentes.

    Fase 1– Processo Saúde-doença e seus determinantes. Estilos de Vida Saudável    Processo de trabalho em saúde e suas características

    Fase II – Ciclo Vital – Cultura de Paz e Não Violência

    Fase III – Ciclo Vital – 2ª infância (criança na idade escolar)

    Fase IV – Ciclo Vital – Adolescência-

    Fase V – Ciclo Vital – Adulto

     
    Fase VI – Ciclo Vital – Idoso

     

    Etapa Formativa III: 320 h/a

    Temática: Promoção, prevenção e monitoramento das situações de risco ambiental e sanitário.

    Fase I

    • Conceito de ambiente saudável e saúde da família.
    • Práticas de higiene pessoal e do lar e sua relação com a saúde.
    • Água: tipos e fontes de contaminação, poluição e tratamento das águas da comunidade.
    • Dengue – situação epidemiológica, ciclo biológico do Aedes aegypti e condições favoráveis para proliferação.
    • A responsabilidade do ACS no combate à dengue – papel educativo.
    • A abordagem educativa do ACS e o uso de instrumentos de trabalho para o controle da dengue nos domicílios.
    • Serviço de vigilância no combate à dengue – sua organização e funcionamento. SIAB – significado de dado e informação.
    • Análise da situação de moradia e saneamento das famílias;
    • A co-responsabilidade sanitária da ESF no combate e prevenção do dengue.

     

    Fase II

    • Abordagem educativa do ACS nas visitas domiciliares para o combate ao dengue, fortalecendo as práticas de higiene pessoal e do lar, visando à promoção da melhoria de modos e condições de vida das famílias;
    • Resíduos sólidos – tipos, fonte, contaminação do solo e risco para a saúde;
    • Formas de tratamento de água nos domicílios – ações de promoção de saúde, prevenção de doenças de veiculação hídrica; tratamento da água de beber no domicílio com hipoclorito de sódio;
    • Planejamento de ações para o combate ao dengue;
    • Vigilância à saúde – sistema de vigilância ambiental;
    • Organização do serviço em relação à distribuição do hipoclorito de sódio;
    • Políticas públicas básicas e de proteção social;
    • Determinantes em saúde.